Trump e o bitcoin

Donald Trump foi eleito, a partir de 2025, para um novo mandato como presidente dos Estados Unidos. Ele se posicionou como o candidato “pró-criptomoedas”, recebendo apoio de investidores, empresas e entusiastas desse mercado.

Em julho deste ano, Trump chegou a participar da Bitcoin Conference, considerado o maior evento do mundo cripto. Em sua apresentação, prometeu que “os Estados Unidos serão a capital cripto do planeta e a superpotência Bitcoin do mundo”.

Também sinalizou que seu governo adotará o bitcoin como uma reserva nacional de valor. Isso significa que os EUA manterão todos os bitcoins que o governo detém ou irá adquirir, como “um ativo nacional permanente para beneficiar todos os americanos”, declarou Trump. O governo americano já é um dos maiores holders de BTC no mundo.

Nesse sentido, há até um projeto de lei encampado pela senadora republicana Cynthia Lummis, que prevê que o governo construa estoque de até 1 milhão de bitcoins em cinco anos. O objetivo seria armazenar as criptomoedas por 20 anos, a fim reduzir a dívida nacional americana que passa da casa dos trilhões de dólares.

Em campanha, Trump prometeu tornar o país o maior polo de mineração do Bitcoin e também trabalhar em prol da maior regulamentação do setor. Para isso, pretende formar um conselho consultivo presidencial da indústria de criptomoedas, além de criar uma estrutura de stablecoins, sem interferências das autoridades monetárias.

Ao mesmo tempo, o novo presidente fez discurso a favor de proteger o direito à autocustódia das criptomoedas e impedir que o Federal Reserve (banco central dos EUA) crie uma moeda digital própria que possa rivalizar com a indústria de ativos digitais.

Preço em alta

Durante a Conferência do Bitcoin, em julho passado, Donald Trump projetou que o BTC potencialmente chegará a US$ 800 mil por unidade em seu mandato. E aconselhou: “nunca venda seus bitcoins”.

No momento em que foi se confirmando a vitória de Trump nas eleições presidenciais, o BTC, que nunca dorme, renovou sua máxima histórica de preço. Neste 6 de novembro, bateu o recorde de US$ 75,3 mil, um aumento de quase 10% em 24 horas.

Na próxima gestão Trump, a perspectiva é que o “bull market” do bitcoin e das criptomoedas seja mais duradouro. O otimismo está em alta. Resta aguardar para ver.

De anticripto a pró-cripto

Vale lembrar que, em seu primeiro mandato, Trump não era tão favorável às criptomoedas e ao bitcoin. Mas, em 2022, começou a mudar de opinião e lançou até mesmo uma coleção de figurinhas digitais no formato de NFTs.

Existe até um projeto, chamado World Liberty Financial (WLF), que é conduzido pelos filhos do Trump e visa lançar em breve sua criptomoeda própria, a WLFI. A expectativa é angaria milhões com o lançamento.

Na campanha deste ano, o presidente eleito já se posicionou a favor do universo cripto e passou aceitar até mesmo doações por meio dos ativos digitais.

Os investidores de criptomoedas estiveram entre os maiores doadores nas eleições americanas de 2024. Tal mudança de postura de Trump e o maior apoio dos investidores são reflexos da crescente importância da indústria cripto no cenário político dos Estados Unidos e, consequentemente, no mundo.  

O que é bitcoin?

Bitcoin (BTC) é uma moeda digital descentralizada, criada em 2009 por uma pessoa ou grupo sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto. Ao contrário das moedas tradicionais (como o real ou o dólar), o bitcoin não é controlado por governos ou bancos centrais.

A principal motivação para a criação do bitcoin foi oferecer uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, que frequentemente é visto como ineficiente e controlado por poucos ou pelo governo. Sua tecnologia subjacente, o blockchain (corrente de blocos, em tradução literal), é o que garante a segurança e a transparência das transações em uma espécie de “Livro Contábil”, com seus registros espelhados por vários computadores.

O BTC foi criado para ser uma forma de dinheiro digital peer-to-peer (P2P), ou seja, entre pessoas. Tal modelo permite que as pessoas façam transações diretamente entre si, sem a necessidade de intermediários, como bancos ou corretoras.

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