Bitcoin em medo extremo e no fevereiro vermelho

O cenário de curto prazo pode ser temerário, mas ainda há esperança de recuperação ao Bitcoin em 2025

O mercado cripto vive um fevereiro de “bear market” em pleno “bull market” ainda. Se a expectativa era de um primeiro trimestre de 2025 de alta para o Bitcoin e as altcoins, o cenário foi totalmente diferente e adverso.

Mais de 80% das altcoins do top 100 de mercado derreteram mais de 50% do seu preço de topo (all time high) este ano.

E o Bitcoin? A maior criptomoeda passou os últimos três meses lateralizando de 90 mil dólares a 109 mil dólares.

Contudo, nas duas últimas semanas de fevereiro, o preço desabou dos 90 mil dólares, tocando nos 78 mil dólares no dia 28 de fevereiro.

O Bitcoin está fechando este mês com mais de 20% de queda, sendo o segundo pior fevereiro da história do token. Em 2014, o BTC havia caído 31% no mesmo período. Confira aqui o preço em tempo real.

Ao mesmo tempo, o índice de preço e ganância do Bitcoin chegou a 10 na última semana de fevereiro, pontuação considerada medo extremo e que só tinha sido vista pela última vez em 2022, ano de bear market. Curiosamente, em janeiro deste ano, o índice de medo e ganância estava acima de 70, representando alta euforia dos investidores.

Com a queda de preço do Bitcoin para abaixo de 85 mil dólares, em 27 de fevereiro, o índice de medo e ganância despencou para um dos piores níveis desde 2022, ano de bear market. O curioso é que em novembro do ano passado, quando o BTC rompeu pela primeira vez o preço de 85 mil dólares, o índice era o oposto, acima de 70, com sentimento de ganância extrema. No curto prazo, tudo pode mudar!

Assim, em meio ao pânico generalizado, entenda abaixo os principais fatores que impulsionaram a aversão ao risco de curto prazo no mercado cripto:

Catalisadores que desabaram o preço do Bitcoin

:: Ataque hacker contra a Bybit: a segunda maior exchange centralizada, com sede em Dubai, sofreu o maior hack da história do mercado cripto, no último dia 21 de fevereiro. Hackers do grupo “Lazaro”, a serviço do governo da Coreia do Norte, foram os supostos autores do golpe, que roubou de uma carteira fria da Bybit mais de 400 mil tokens de Ethereum, equivalente a 1,4 bilhão de dólares. Tal ação, que expôs vulnerabilidades em uma das maiores corretoras do mundo, impactou o preço do Bitcoin negativamente.

:: Guerra comercial do Trump: o presidente americano, Donald Trump, reiterou para início de março as taxações sobre os produtos importados do Canadá, México e China. E também ameaçou adotar a mesma política com a União Europeia, entre outros países a partir do princípio de reciprocidade de taxas.

:: Força vendedora: devido às incertezas macroeconômicas, os últimos sete dias de fevereiro foram tomados por um pânico de vendas por parte de Investidores de curto prazo, ou seja, aqueles que compraram Bitcoin há menos de três meses. Ao mesmo tempo, os ETFs de BTC registraram quase 2 bilhões de dólares em saídas em apenas dois dias. Foi uma movimentação recorde de venda que ajudou a derrubar o preço da maior criptomoeda.

Bitcoin em ‘bear market’ ou em oportunidade de compra?

Segundo especialistas, vários indicadores dão conta de que o bear market ainda não começou. Um deles é o RSI (índice de força relativa), que considera o Bitcoin em alto nível de sobrevenda. Isso significa que uma reversão de curto prazo no preço para cima é ainda bem provável.

Outro indicador, como o Múltiplo de Mayer, que representa a divisão de preço atual do Bitcoin pela média de preço dos últimos 200 dias, sinaliza oportunidade de compra, sobretudo quando sua média fica abaixo de 1. Confira aqui o índice de Mayer atual.  

Vale lembrar que em bull markets é bastante comum ocorrer o chamado “drawdown”, quando um ativo fica abaixo da sua máxima recente. No caso do Bitcoin, o all time high (preço de topo) foi de 109 mil dólares em janeiro deste ano.

Os níveis de correção estão dentro da normalidade, e as quedas do BTC têm sido cada vez menores.

Segundo os analistas, espera-se uma recuperação do Bitcoin a partir do segundo trimestre, com uma sinalização mais clara de possível queda de juros norte-americanos e maior liquidez (recursos) entrando no mercado.

Importante: o Bitcoin é um investimento volátil e requer consciência na hora de investir, sem usar recursos que possam fazer falta no curto prazo. A boa prática é alocar visando retornos de longo prazo. O Blog “Onda Cripto” não faz recomendações de investimentos. Nosso papel é fornecer informações de qualidade, a fim de contextualizar, interpretar e educar sobre o mercado de criptomoedas e a cultura do Bitcoin da qual acreditamos.

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