Se você está ouvindo falar muito sobre ETFs (Exchange-Traded Fund) de Bitcoin nos últimos meses, não é por acaso. Esse termo vem ganhando destaque nos noticiários financeiros e até mesmo em conversas casuais entre bitcoiners.
Isso porque eles representam a adoção institucional em massa ao Bitcoin, injetando bilhões de dólares na compra da maior moeda digital nos últimos meses.
Se somados, os ETFs americanos passaram a marca de 1,1 milhão de bitcoins sob custódia, já superando Satoshi Nakamoto como o maior holder de BTC.
Os fundos, que funcionam como contas institucionais de custódia, representam um novo (e poderoso) canal de investimento em cripto, pois abriu as portas para investidores de ativos tradicionais a entrarem nesse mercado pela primeira vez.
Atualmente, o maior ETF de Bitcoin é o IBIT, da BlackRock, considerada a mais tradicional gestora de ativos dos Estados Unidos. Possui sob gestão cerca de US$53 bilhões, equivalente 46% dos US$ 115 bilhões de Market Cap (valor de mercado) de todos os ETFs americanos de BTC. Os dados são da Coinglass, do dia 12 de dezembro.
Confira abaixo a lista dos 10 maiores ETFs de Bitcoin do mundo em volume de capital sob custódia:

O que é um ETF, afinal?
Para começar, vamos entender o básico: ETF significa Exchange-Traded Fund, ou fundo negociado em bolsa. Basicamente, é um tipo de investimento que funciona como uma “cesta” de ativos. Essa cesta pode conter ações, títulos de dívida, commodities ou, como no caso dos ETFs de Bitcoin, criptomoedas.
O diferencial é que eles são negociados em bolsas de valores, assim como as ações. Isso os torna acessíveis para investidores que não têm experiência ou vontade de lidar diretamente com carteiras digitais e as complexidades do mundo cripto.
Como funcionam os ETFs Bitcoin?
Eles podem ser de dois tipos principais:
- Baseados em contratos futuros: esses ETFs rastreiam o preço do Bitcoin indiretamente, por meio de contratos futuros negociados em bolsas regulamentadas. Eles não compram Bitcoin diretamente, mas apostam no seu desempenho futuro.
- Baseados no ativo à vista (spot): aqui, o fundo compra e armazena bitcoin diretamente, garantindo que o preço reflita o valor real do ativo.
Ambos os modelos foram desenhados para oferecer uma exposição ao Bitcoin sem que os investidores precisem se preocupar com a segurança ou a administração das criptomoedas.
O marco de 2024: a chegada dos ETFs à vista
Até 2024, os ETFs de Bitcoin baseados em contratos futuros já existiam no mercado americano.
Contudo, os ETFs à vista enfrentavam uma longa batalha regulatória. A principal preocupação da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) era com a manipulação de mercado e a proteção dos investidores.
Finalmente, em janeiro de 2024, a aprovação de ETFs à vista foi um marco histórico. Isso aconteceu após anos de pressão por parte de grandes empresas de gestão de ativos, como BlackRock, Fidelity e outros gigantes financeiros. A decisão sinalizou uma maior aceitação do Bitcoin como uma classe de ativo legítima, fortalecendo a adoção institucional às criptomoedas.
A aprovação imediatamente refletiu na valorização expressiva de preço. A unidade do BTC saiu de aproximadamente US$ 45 mil no momento da aprovação para cerca de US$75 mil nos meses seguintes.
Vantagens
Os ETFs de Bitcoin trazem vários benefícios que estão ajudando a transformar o mercado de criptomoedas:
- Acessibilidade: investir em bitcoin nunca foi tão fácil. Com um ETF, qualquer pessoa com uma conta em uma corretora pode comprar uma fração do fundo, sem precisar lidar com chaves privadas ou carteiras digitais.
- Credibilidade: a aprovação dos ETFs por reguladores como a SEC legitima o BTC aos olhos do mercado tradicional e atrai investidores institucionais.
- Liquidez: por serem negociados em bolsas de valores, os fundos têm alta liquidez. Isso significa que você pode comprá-los ou vendê-los facilmente, como faria com ações.
- Diversificação: eles permitem que investidores diversifiquem seus portfólios, adicionando exposição a criptomoedas sem um compromisso direto com a compra de ativos digitais.
O impacto no mercado cripto
A chegada dos ETFs de Bitcoin à vista gerou uma verdadeira corrida no mercado. O volume de negociações aumentou significativamente, e o preço do bitcoin subiu em resposta à maior demanda. Grandes investidores institucionais, que antes hesitavam em entrar no mundo cripto, começaram a alocar recursos nessa nova modalidade.
Além disso, os fundos específicos de Bitcoin abriram caminho para que outras criptomoedas também fossem consideradas para produtos financeiros semelhantes. A Ethereum, por exemplo, já ganhou seu próprio ETF, ao passo que a Solana deve ter o seu em 2025.
Cuidados x grande potencial
Apesar de todas as vantagens, vale lembrar que investir em ETFs de Bitcoin ainda envolve riscos. O preço da moeda é volátil, e isso se reflete nos ETFs. Além disso, as taxas de administração podem reduzir seus ganhos ao longo do tempo.
Antes de investir, é essencial entender seu perfil de investidor e considerar o impacto da volatilidade no seu portfólio. Se você é iniciante, comece com uma parcela pequena e explore outras fontes de informação sobre o mercado de criptomoedas.
Ao mesmo tempo, os ETFs de Bitcoin representam um grande passo na adoção em massa das criptomoedas. Eles tornaram o investimento em BTC mais acessível, seguro e atrativo, especialmente para quem não quer se envolver diretamente com carteiras digitais. Em 2024, testemunhamos um momento histórico que pode redefinir o mercado financeiro e consolidar o papel das criptomoedas no mundo dos investimentos.
Se você está curioso sobre como aproveitar essa tendência, agora é a hora de se informar e explorar as oportunidades. O futuro das finanças digitais pode estar mais perto do que você imagina. E, com a adesão cada vez mais crescente aos ETFs, o preço do bitcoin só agradece, pois tende a se valorizar ainda mais no tempo.